Em 31 de outubro
de 1908, o governador do Estado de São Paulo,
Albuquerque Lins, promulgou a Lei nº1138,
criando o Distrito de Paz de Rocinha, no município
de Jundiaí e, pela proximidade com aquela
cidade, acabou atraindo novos moradores. O Distrito,
antes simples pousada daqueles bandeirantes e tropeiros,
tornou-se um dos principais locais da região.
A população, formada
principalmente por imigrantes europeus, transformou
a agricultura, bastante diversificada, na base
da economia local, caracterizada, principalmente,
pela grande quantidade de videiras predominantes
em seus vales e encostas. Rocinha não
parou de crescer. As ruas foram surgindo e o
Distrito ganhou condições urbanas
de um povoado em desenvolvimento.
Na década de 20, a agricultura
deixou de ser o principal ramo de economia, quando
foi construída a primeira indústria
do Distrito, a Fiação e Tecelagem
Sant’Anna, inaugurada em 1925. Em 1947, foi
fundada a Cerâmica Jatobá, e em 1953,
a Carborundum.
O povoado prosperava e os problemas
começavam a surgir. Diversas pessoas influentes
na cidade, como médicos, jornalistas, famílias
tradicionais etc, captando o anseio da população
em se desligar de Jundiaí, iniciaram o processo
de emancipação do Distrito. Este
grupo de emancipadores era liberado pelo médico
Abrahão Aun e composto por Alcides Guarido,
Aristides de Paula, Antônio Medeiros Júnior,
Antônio Elias, Antônio Vendramini,
Agenor de Mattos, Antônio Zechin, Antônio
Maria Torres Filho, Milton de Souza Meirelles,
Monsenhor Favorino Carlos Marrone, Carmelo Consolo,
Humberto Pescarini, Henrique de Barros Leite, Júlio
Francisco de Paula, Jacob Matenhauger, Gumercindo
Rocha, Luiz Rotella, Manoel de Sá Fortes
Junqueira Júnior, Manoel Fernandes, Odilon
de Souza e Epiphânio Salustiano de Souza.
O plebiscito foi marcado para 24
de outubro de 1948, plenamente democrático
e simples, onde todos podiam votar. Eram homens
e mulheres acima de 18 anos, que viviam no Distrito,
no mínimo há dois anos. Dos 1.666
eleitores que compareceram à votação,
1.563 lutaram pela emancipação, oficializada
no mês de dezembro do mesmo ano.
Em 2 de abril de 1949, aconteceu
a escolha do primeiro prefeito, tendo como candidato único,
o médico Abrahão Aun. Vinhedo foi
o nome escolhido para homenagear o principal produto
agrícola da cidade – a uva.
O progresso chegou, mas Vinhedo
continua resgatando a cultura de uma cidade do
interior. Em proporção adequada,
a qualidade de vida e crescimento são características
do município.
A Festa da Uva
Antes mesmo da emancipação
de Vinhedo, um grupo de agricultores celebrava
a colheita dos frutos ao som de músicas
tradicionais e muita alegria. Era um momento mágico,
em que os produtores comemoravam o fruto de seu
trabalho com a comunidade local. Oficialmente,
a primeira Festa da Uva aconteceu na Praça
Sant’Anna no ano de 1948. Com o passar do
tempo e à medida em que prosperava a cidade,
o evento também cresceu.
Hoje, Vinhedo não é mais
uma cidade agrícola, mas fica evidente na
população a preocupação
com a preservação das tradições
e da cultura daqueles que ajudaram a construir
o município. |