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Como é feito o vidro blindado?
Como um sanduíche – no qual o vidro faz o papel do pão e o recheio é formado de plástico ou resina sintética. O número de camadas, sua espessura e a composição dos materiais varia conforme o calibre das balas que ele deverá suportar.
"A resina e o plástico servem tanto para colar um vidro no outro quanto para amortecer o impacto da bala e impedir que o vidro se estilhace", diz o industrial Nelson Simões, fabricante de vidros blindados. Depois de pronto, o produto vai para o teste: é literalmente metralhado.
"Se passar nessa prova, a receita está aprovada para aquele calibre específico", afirma Alexandre Bonato, coordenador do Comitê de Vidros Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entidade que estipula normas para atividades industriais e de serviços no Brasil.
Com o crescimento da violência urbana no país, o uso de vidros blindados aumentou consideravelmente, criando a necessidade de algo inédito por aqui: uma legislação que controle sua fabricação e qualidade. Em parceria com o Exército brasileiro, a ABNT encontra-se hoje na fase final de elaboração do texto que regulamentará os diferentes graus de blindagem e seus respectivos testes.
Níveis de blindagem
* Nível 1
Suporta impactos de tijolos, ferros e porretes e pretende evitar furto ou roubo de objetos pessoais em locais de alto risco
* Nível 2
Tenta evitar as consequências de ataques com armas como 9 milímetros e calibre 38
* Nível 3
Usada contra ataques com armas de fogo como a submetralhadora Uzi e o revólver Magnum 44
* Nível 4
Resiste a ataques de armas como os fuzis AK-47 e AR-15. É a mais indicada e a mais comum no Brasil em razão do acesso dos bandidos a esses fuzis
* Nível 5
Utilizado para pessoas sujeitas a ataques com fuzis de longo alcance como o Fal, Galil e M-14, todos com calibre 762
* Nível 6
Chamada de blindagem antiterrorismo, resiste a ataques de bazuca (lançador de bombas) e é usada nos carros dos presidentes norte-americanos.